Já
não tenho mais tanta paciência com toda minha impaciência.
Já
não faço contas, pois há muito abandonei a crença na precisão matemática.
Procuro
esconder de mim mesmo que faço planos, pra me enganar com o gosto da
imprevisão.
Fins
de calendários são apenas o sinal de que está na hora de trocar aquela folhinha
já desgastada do ano que se finda.
Não
há nada de novo, tudo é tão antigo e tão amarelado quanto os sorrisos fakes das
fotos originais das redes sociais.
Todos
querem estar na vitrine, tanto, a todo custo, que por vezes, olho para muitos
procurando a etiqueta com o seu preço.
O
de sempre vem com nova roupagem: promessas de ano novo, balanços artificiais, fogos
de artifício que rasgam o céu da noite e que apenas enlouquecem os cães da vizinhança,
mas na maioria são vazios de significado.
O
novo continua muito antigo, praticamente empoeirado, porque na realidade todos
fazem o mesmo de sempre, acreditando que algo mudou.
Não
há ruptura! São ritos de passagem...
Você
não será melhor ou pior amanhã... você será o mesmo, com suas continuidades e
descontinuidades, acompanhado de uma lenta transição, um fluxo impreciso que
você pode controlar de forma mais ou menos incerta.
Isso
é que o faz humano e capaz de lentamente ir se transformando, a qualquer hora,
sem ser necessário contagem regressiva ou champagnes sendo estouradas.
Segunda
feira, 31 de dezembro de 2012.