domingo, 7 de agosto de 2011

DEMASIADO ESPONTÂNEO




Palavras e símbolos, rabiscos e rascunhos,
Meias verdades e mentiras por inteiro,
Como se tivesse desaprendido a escrever.
Como se nunca tivesse tido medo de morrer.
Muito forte em relação ao passado, muito seguro em relação ao futuro.
Sem temer a nada, justamente o que me faz ter medo de tudo.
A segurança é que me traz uma certa insanidade.
Ver os dias passar e o calendário se desfazer
e num rito de passagem ele estar lá para novamente ser desfeito.
Muita coisa que já nem sei que sou,
até mesmo a fonte do computador,
até mesmo o Cristo na parede
e quem sabe a dificuldade de rimar a dor.
Os cabelos na raiz talvez nos tornem menos sonhadores,
Porém, capazes de nos tornar mais real.
A realidade talvez torne crianças em adultos, num processo demasiado espontâneo.
E tudo fica tão comum que a gente já nem mais se esquece de acordar, quando antes dormíamos durante o trabalho só para poder sonhar.

Um comentário:

  1. Lelo...

    lindas palavras... parecem transpirar sentimentos, conseguem mostrar toda intelectualidade e sensibilidade que vc possui. Adoro ler os seus textos, suas linhas... Além de ser o melhor professor do Alfa, é um excelente poeta...

    bjos, da aluna e fã

    Carol

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