sábado, 15 de outubro de 2011

DALI EM DIANTE PRA SEMPRE




Esperava ansiosamente o dia nascer. Mal conseguiu dormir naquela noite e acordou duas horas antes do relógio despertar. Repassou mentalmente uma dezena de frases de efeito que ensaiou para impressionar. As horas custavam a passar. Roia as unhas, chegou a rasgar um pequeno pedaço de pele que, por vezes, o distraía enquanto se ocupava da dor.
Tomou um banho demorado, olhou-se várias vezes no espelho, ensaiou sorrisos e olhares, e tão logo perfumou-se colocou o jeans e a camiseta nova que a semana toda planejou usar.
Os primeiros cantos dos pássaros começavam a ser ouvidos, alguns raios de sol penetravam ainda discretamente pela cortina entreaberta. Sua cabeça se via povoada de sensações, seus sentidos se embaralhavam, a respiração se tornava ofegante e os sorrisos espontâneos se emaranhavam naturalmente a paisagem.
Enfim havia chego o grande dia. Finalmente o longo período de três anos de namoro à distancia chegaria ao fim e a partir daquele momento ele poderia tê-la ao seu lado não apenas em pensamento.
Era uma manhã de dezembro e mal o dia começava o calor já oferecia o contraponto ao frio que envolvia sua espinha. Precisava vê-la, era urgente, era preciso, como se somente o seu sorriso pudesse tornar tudo real.
Chegou mais cedo a rodoviária, como forma de não ser surpreendido e a cada novo ônibus que chegava mais aumentava a ansiedade e mais ficcional parecia a realidade. O canto da unha do dedo indicador em carne viva o impedia de acreditar que era apenas um sonho. Confuso e embriagado em suas divagações decidia que não era um sonho, pois sonhos não podiam ser tão perfeitos.
Sentia os olhos pesados pelas poucas horas de sono e mal conseguiu identificar o ônibus que se aproximava, porém já sentia o perfume, o mesmo que embalara tantos momentos de felicidade a dois. Quando a porta se abriu e, seguidamente, passageiros que lhe pareciam coadjuvantes desembarcavam, um após um, como forma de delinear com maior emoção os ares de reencontro, um olhar tingiu de alegria, ou quem sabe alívio, aquele momento. Talvez até hoje não consiga descrever a intensidade e confusão do que sentiu. 
Ele sabia, os olhos dela diziam, os dois corações gritavam, aquele não era apenas mais um reencontro, não era só mais um beijo que se repetia, era o prenúncio de uma cena que renovaria todas as manhãs, dali em diante, até o fim dos dias.

11 comentários:

  1. Me identifiquei muito! Perfeito! Já namorei a distância e sei bem como esse momento do reencontro é singular, e foi por você muito bem descrito! Parabéns pela postagem, para mim muito marcante.

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  2. Lelo...

    nesse texto vc está falando da sua namorada né? vcs namoraram um tempão a distância, eu lembro... lindo texto, sentimento puro, genuíno... sou sua fã...

    Seu blog está ótimo professor! fica do Deus

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  3. Como assim??? Não me falou nada deste texto!! Lindo, singelo, doce e intenso! É esta força que nos une e nos permite estar até hoje juntos!
    Amo você!

    Beijos, Georgia.

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  4. Adorei! :) Muito bem escrito, inclusive!

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  5. Olá profi...

    muito lindo... adoro seus textos e suas aulas... tô até pensando em fazer história por sua causa...

    Melhor professor, melhor blog...

    bjux :*

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  6. Lindo prof estou vivendo isso e so quem senti de coracao sabe entender lindamente esta sensancao quase inexplicavel...

    Adorei...

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  7. lindo *-* espero por esse momento ainda.. adoro suas aulas prof :)

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  8. Lelinho, nunca tive muita paciência... mas devo confessar que seus textos são bons cara...

    Inveja desse seu dom!

    Abraços

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  9. Muito bom Lelo!! Feito de coração, dá para perceber o seu sentimento no texto. Parabéns cada dia um texto melhor q o outro.

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  10. Só quem vive uma história, sabe a felicidade de um reencontro.Só quem ama,sente a emoção desse momento. Nada mais importa naquele momento...
    Adorei!

    Aninha

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